uma procura em movimento Nos últimos anos da sua licenciatura em Letras, Mónica decidiu debruçar-se sobre o almejado estudo da dança. Iniciou, assim, o seu percurso artístico em 1991, com o flamenco e o ballet clássico espanhol na escola Célia Neves (Lisboa). Desenvolveu esta aprendizagem em Lisboa, Madrid e Roma, cidades onde residiu. Após cinco anos de estudo, os dois últimos de forma intermitente, surgiu a necessidade de se lançar na exploração de outras gestualidades, culturas e movimentos. Frequentou o C.E.M (Lisboa), onde estudou dança contemporânea, contacto-improvisação e composição coreográfica (entre outros) com Sofia Neuparth, Peter-Michael Dietz, Amélia Bentes, Jessica Henou, Céu Dória, Howard Sonenklar, Margarida Mestre, Zé Carvalho e Carlos Zíngaro. Passaria ainda pelo Fórum Dança, pelo SOU - Movimento e Arte, e mais recentemente, pela SMUP, com Aldara Bizarro. Alguns dos métodos explorados incluíam o feldenkrais, o hands-on e o body-mind-centering, que mais tarde se viriam a complementar (noutros contextos) com o tai chi (mestres Xuan Wu e Mohamed Youssouf) o kung-fu (mestres Guilherme Luz e Mohamed Youssouf), o yoga e a meditação, contribuindo para uma perceção mais ampla, profunda e consciente da experiência do movimento. Enquanto estudava no CEM começou a frequentar aulas de dança oriental na Dance Factory (dirigida por Arthur Dorweiler e Pollyanna Jazzmine) com a alemã Prisca Diedrich. Prisca foi fundamental no desenvolvimento dos seus recursos criativos, apontando para novas abordagens na transmissão da dança a solo e em comunidade. Estávamos no início dos anos 2000, um importante período cultural em Portugal. Foram seus professores, igualmente, o malogrado Shokry Mohamed, Nur Bau, Tânia Luíz, Eva Chacón, Fadua Chuffi e Annie Nganou. Acabaria por se dedicar, igualmente, ao estudo da darabuka, um destacado instrumento de percussão do Médio-Oriente, tendo sido convidada a tocar com a banda de música do mundo Dazkarieh. Nesta jornada, foram essenciais, não só Américo Cardoso, seu primeiro professor, como também Shokry Mohamed, Antonio Gámez, Atef Metkal e David Mayoral. Pouco tempo depois (2002) conheceu e começou a estudar com a bailarina franco-húngara Myriam Szabo (Yumma Mudra), solista dos Ballets Russes Irina Grjebina, que na altura criava as bases da escola internacional Danza Duende. Myriam trazia, ainda, o seu ZingarOriental, uma proposta que fundia as técnicas das danças de carácter russas, com o trabalho de xaile tão característico das danças russas e húngaras, assim como saltos, sobressaltos, giros e cadências a grande velocidade. Um sentido de vertigem, liberdade e desafio absolutamente contagiante. A © Danza Duende: Dançar a Vida foi um projeto pioneiro no trabalho das perceções mentais e sensoriais ligadas à consciência do espaço em correlação com a arte, e em particular com a dança. Recorrendo a diferentes instrumentos para a exploração do movimento e da criação, a partir da espontaneidade, da intuição e da voz do coração, vai beber de fontes que vão desde os ensinamentos de Chögyam Trungpa Rinpoche, a variadas ferramentas da psicologia contemplativa, do teatro e das artes marciais, incluindo a pratica da meditação e do giro sufista. Mónica tornou-se formadora certificada em Danza Duende em 2015, após vários anos de frequência de retiros especializados e de dedicação ao projeto. A escola sofreria uma reestruturação em 2017, com a integração do artista Michel Raji, o que viria a desembocar na criação da Universidade de Coreosofia, estruturada em três anos de estudos, dirigida por Yumma e Raji, formação que Mónica completou em 2021. De origem franco-berbere, Michel Raji - "le korésofe", vem apresentar uma abordagem distintiva à experiência da sensorialidade, em estreita relação com a respiração sonorizada e o gesto. De raiz sufista e tribal, embora contemporânea, o seu trabalho vai para além de qualquer denominação. 2021-22 foi novamente um período de transição, com a vontade de explorar diferentes caminhos e visões, o que a frequência do curso The Persian Nomad Girl viria a colmatar, ajudando a colocar em perspetiva e a consolidar aprendizagens anteriores. Uma jornada de dança-teatro pela arte, a cultura, a mitologia e o misticismo persa, proposta pela bailarina e investigadora iraniana Khatoon Fallah. Em finais de 2022, após uma breve incursão pelo kathak, da mão da mágica Eve Zandi, tornou-se clara a vontade de regressar ao flamenco, desde uma renovada perspetiva, que se vai revelando dia após dia. São essenciais nesta nova jornada os seus professores João Lara, assim como Monita, Carlos e Ulisses Ruedas. A sua busca artística e vital prende-se com a procura cíclica da motivação primordial anterior a cada gesto, aquela que quase se nos escapa entre cada respiração, e que revela a frescura, o humor, a alegria e o entusiasmo inerentes à descoberta de um novo passo, de um novo eu, de um novo dia, nesta caminhada que é a vida. Na dança e na criança encontra o ser a sua bem-aventurança... |
una búsqueda en movimiento En los últimos años de su licenciatura en Filología, Mónica decidió estudiar danza. Comenzó su itinerario artístico en 1991, con el aprenizagje del flamenco y el ballet clásico español en la escuela Célia Neves de Lisboa. Continuó sus estudios en Lisboa, Madrid y Roma, donde vivió como parte de su formación como traductora-intérprete. Tras seis años de estudio, los tres últimos de forma intermitente, sintió la necesidad de explorar nuevos gestos, culturas y movimientos. Asistió al C.E.M (Lisboa), donde estudió danza contemporánea, contact-improvisación y composición coreográfica (entre otros) con Sofia Neuparth, Peter-Michael Dietz, Amélia Bentes, Jessica Henou, Céu Dória, Howard Sonenklar, Margarida Mestre, Zé Carvalho y Carlos Zíngaro. Posteriormente estudiaría, además, em el Fórum Dança, en SOU - Movimento e Arte y, más recientemente, en la SMUP, con Aldara Bizarro. Algunos de los métodos explorados en dichas incursiones fueron el feldenkrais, el hands-on y el body-mind-centering, que más tarde se complementarían (en otros contextos) con el tai chi (maestros Xuan Wu y Mohamed Youssouf), el kung-fu (maestros Guilherme Luz y Mohamed Youssouf), el yoga y la meditación, contribuyendo a una percepción más amplia, profunda y consciente de la experiencia del movimiento. Mientras estudiaba en el CEM, empezó a asistir a clases de danza oriental en la Dance Factory (dirigida por Arthur Dorweiler y Pollyanna Jazzmine) con la alemana Prisca Diedrich. Prisca fue fundamental en el desarrollo de sus recursos creativos, apuntando a nuevos enfoques en la transmisión de la danza solista y comunitaria. Eran los primeros años de la década de 2000, un período cultural importante en Portugal. Fueron sus maestros, además, Shokry Mohamed, Nur Bau, Tânia Luíz, Eva Chacón, Fadua Chuffi y Annie Nganou. Acabaría dedicándose al estudio de la darabuka, un destacado instrumento de percusión de Oriente Próximo, y fue invitada a tocar con el grupo de músicas del mundo Dazkarieh. No sólo Américo Cardoso, su primer profesor, sino también Shokry Mohamed, Antonio Gámez, Atef Metkal y David Mayoral fueron esenciales en este viaje. Poco después (2002) conoció a la bailarina franco-húngara Myriam Szabo (Yumma Mudra), solista de los Ballets Rusos Irina Grjebina, que en aquel momento estaba sentando las bases de la escuela internacional Danza Duende. Myriam también traía su ZingarOriental, una propuesta que fusionaba las técnicas de las danzas de carácter rusas con el trabajo del chal tan característico de las danzas rusas y húngaras, así como saltos, brincos, giros y cadencias de alta velocidad. Una sensación de vértigo, libertad y desafío absolutamente contagiosa. © Danza Duende: Dancing your Life fue un proyecto pionero que trabajaba sobre las percepciones mentales y sensoriales vinculadas a la conciencia espacial en correlación con el arte, y en particular con la danza. Utilizando diferentes instrumentos para explorar el movimiento y la creación, y centrándose en abrir caminos para recupear la espontaneidad, la intuición y escuchar la voz del corazón, recurre a fuentes que van desde las enseñanzas de Chögyam Trungpa Rinpoche, a diversas herramientas de la psicología contemplativa, el teatro y las artes marciales, pasando por la práctica de la meditación y el giro sufí, entre otros. Mónica se convirtió en formadora certificada de Danza Duende en 2015, tras varios años asistiendo a retiros especializados y dedicándose al proyecto. La escuela se reestructuró en 2017 con la incorporación del artista Michel Raji, lo que dio lugar a la creación de la Universidad de Coreosofía, estructurada en tres años de estudios, dirigidos por Yumma y Raji, que Mónica completó en 2021. De origen franco-bereber, Michel Raji - "le korésofe", presenta un enfoque distintivo de la experiencia de la sensorialidad, en estrecha relación con la respiración sonorizada y el gesto. De raíces sufíes y tribales, aunque contemporánea, su obra va más allá de cualquier denominación. 2021-22 fue un nuevo periodo de transición, con el deseo de explorar diferentes caminos y visiones, que la asistencia al curso de The Persian Nomad Girl llenaría, ayudando a poner en perspectiva y consolidar aprendizajes previos. Un viaje de danza-teatro a través del arte, la cultura, la mitología y el misticismo persas, propuesto por la bailarina e investigadora iraní Khatoon Fallah. A finales de 2022, tras una breve incursión en el kathak, de la mano de Eve Zandi, se hizo patente su deseo de volver al flamenco, ahora desde una nueva perspectiva, que se va desvelando día tras día. Sus maestros João Lara, así como la Familia Ruedas, son esenciales en esta nueva andadura. Su búsqueda artística y vital tiene que ver con el intento de recuperar cíclicamente la motivación primordial que precede a cada gesto, aquella que casi se nos escapa entre cada respiración, y que revela la frescura, el humor, la alegría y el entusiasmo inherentes al descubrimiento de un nuevo paso, de un nuevo yo, de un nuevo día en este viaje que es la vida. |